A VERDADE DAS COISAS
Neste meu silêncio azul,
Onde o que constrói
É um rio que passa, as
Flores e as vontades também,
Dos homens de boa vontade,
Há a voz do que não reina,
Testemunha antiga de muitos
Mitos contraditórios e falsos
Testamentos.
E nem lhe importa o reino.
Se flores há, se corre o rio
Ou a vontade é do homem,
Porque quererá ele reinar então,
Não é o que há e corre,
O que, já correndo, constrói,
Ou do Homem, sua vontade,
Se a vontade é uma flor,
No rio que há, porque passa,
Passou e há-de passar,
Como coisa que está
E é e será e voltará a ser,
Porque a si própria se constrói,
De sua vontade,
Já no homem verdade?
Neste meu silêncio,
Onde o azul é todo este azul
Que há e o que não se vê,
Toda a voz é a voz primeira,
Do que, embora sem reino,
Sempre reinará.
Jorge Humberto
(18/04/2004)
Poema de meu caro bardo lusitano Jorge Humberto que gentilmente nos enviou para publicação.
Um comentário:
Olá Wellington,
Já conheço Jorge há um bom tempinho. Tenho coisas publicadas dele no meu blog, em postagens de datas anteriores. É fato que ele já nasceu poeta, pronto. Quando ele põe as palavras juntas no formato de um poema, é como se apenas ordenasse o que já estava programado no DNA. Assim de maneira fácil e fluído.
Um abraço aos dois,
Maria Helena
Postar um comentário