segunda-feira, abril 14, 2008


A pedra dura.

Rocha rachada

no solo, carcomido.


A pedra pura.

Richa antiga

no solo, do sax.


A pedra mole.

Rinha líquida

no solo, chão

debulhado no grão

dourado do sol, inclemente.

Tange uma guitarra,

range um carro, boi

na pipa linha limpa.


A pedra poluída.

Argamassa de detritos

soldados na sova,

na sopa dos desvalidos,

na sola dos vencedores.


A pedra política.

A dura titica

no solo, adubo

ancestral dos invasores,

sacramentos de excrementos

no dócil asno de botas.

Desde muito, remota fertilidade,

selo na testa das bestas,

soberba na lapela bela

do meu gostoso francês.


A pedra inculta.

A terna espera

do solo, de cello.

Fura a fina fila,

oculta pelo pó da festa,

a fácil faina da ira,

a gota suada na pira,

a espada moura na praia,

a ligeira lambada no lombo.

Tudo é delírio!

Lírio da pedra

na selva escura.

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